domingo, 30 de agosto de 2009

AVENTURAS DOS SETE PRÍNCIPES E PRINCESAS







OS PRIMOS MAIS NOVOS

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O Pedro e a Maria Eugénia, a Margarida e a Madalena,
a Mariana, o Zé e o Frederico.

sábado, 29 de agosto de 2009

QUINTA DA REGALEIRA


Situada em pleno Centro Histórico de Sintra, classificado Património Mundial pela UNESCO, a Quinta da Regaleira é um lugar com espírito próprio. Edificado nos primórdios do Século XX, ao sabor do ideário romântico, este fascinante conjunto de construções, nascendo abruptadamente no meio da floresta luxuriante, é o resultado da concretização dos sonhos mito-mágicos do seu proprietário, António Augusto Carvalho Monteiro (1848-1920), aliados ao talento do arquitecto-cenógrafo italiano Luigi Manini (1848-1936).
A imaginação destas duas personalidades invulgares concebeu, por um lado, o somatório revivalista das mais variadas correntes artísticas - com particular destaque para o gótico, o manuelino e a renascença - e, por outro, a glorificação da história nacional influenciada pelas tradições míticas e esotéricas.
A Quinta da Regaleira é um lugar para se sentir. Não basta contar-lhe a memória, a paisagem, os mistérios. Torna-se necessário conhecê-la, contemplar a cenografia dos jardins e das edificações, admirar o Palácio dos Milhões, verdadeira mansão filosofal de inspiração alquímica, percorrer o parque exótico, sentir a espiritualidade cristã na Capela da Santíssima Trindade, que nos permite descermos à cripta onde se recorda com emoção o simbolismo e a presença do além. Há ainda um fabuloso conjunto de torreões que nos oferecem paisagens deslumbrantes, recantos estranhos feitos de lenda e saudade, vivendas apalaçadas de gosto requintado, terraços dispostos para apreciação do mundo celeste.A culminar a visita à Quinta da Regaleira, há que invocar a aventura dos cavaleiros Templários, ou os ideais dos mestres da maçonaria, para descer ao monumental poço iniciático por uma imensa escadaria em espiral. E, lá no fundo com os pés assentes numa estrela de oito pontas, é como se estivéssemos imersos no ventre da Terra-Mãe. Depois, só nos resta atravessar as trevas das grutas labirínticas, até ganharmos a luz, reflectida em lagos surpreendentes.
A Quinta da Regaleira promove a entrada numa dimensão alternativa que só se pode verdadeiramente explicar quando se passa o velho portão da entrada...

UM PASSEIO DE QUATRO GERAÇÕES

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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

PARABÉNS TOMMY

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PARABÉNS TOMMY!

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sábado, 22 de agosto de 2009

OS ANIMAIS NÃO SÃO BRINQUEDOS

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Estava a pensar o que escrever neste post. Pensei em começar por "Não abandone os seus animais" mas recusei-me a tal porque acho patético ter de estar a dizer, a "pedir" uma coisa dessas seja a quem for. Não é nenhum favor que fazem em não abandonar os vossos animais, não é nenhum favor que fazem em não maltratar os vossos animais. Ninguém é obrigado a ter animais e quem os quer ter tem o dever de os alimentar convenientemente, de os passear, de os levar ao veterinário, de os mimar e de os aceitar como parte da família.
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Antes de decidirmos ter um animal de estimação temos de pensar muito bem se temos condições para isso, se existe um espaço adequado para que se sinta bem e feliz, se temos quem trate dele quando estamos fora (de férias ou em trabalho), se temos possibilidades de pagar as consultas no veterinário, se temos disponibilidade para lhe dar atenção e brincar com ele, se temos tolerância para as suas traquinices e se temos capacidade para lhe dar amor.
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A maior parte das crianças gosta de ter animais de estimação e não há dúvida que eles têm um papel importante desenvolvendo o sentido de responsabilidade das crianças, favorecendo a interacção com o meio envolvente e a extroversão, incutindo o respeito e a ligação à natureza e aumentando a confiança e a auto-estima. São companheiros incondicionais, estimulam os sentimentos de afectividade, afeição e lealdade, diminuem a agressividade e o mau comportamento das crianças, reduzem a ansiedade e o stress e ensinam as crianças a estarem atentas às necessidades dos outros.
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Quando as crianças pedem um animal de estimação tem de haver uma escolha em família atendendo à realidade de vida dessa família. Às vezes só pode ser um peixinho, ou um passarinho, uma tartaruga, ou um hamster, mas o importante é cuidarmos muito bem dele transmitindo, com o nosso exemplo, valores muito importantes às nossas crianças.
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Os meus filhos tiveram diversos animais de estimação ao longo da infância, peixinhos quando eram mais pequeninos, hamsters por diversas vezes, porquinhos da índia e um coelhinho. Muitas vezes me pediram um cão e eu, que sempre lhes dei tudo, apesar de me custar não lhes realizar esse grande desejo, expliquei-lhes sempre que não tínhamos casa adequada para ter um cão. Os cães não são felizes fechados todo o dia sózinhos num apartamento. O Pedro sempre adorou animais e ter um cão era muito, muito importante para ele mas, inteligente e generoso como sempre foi, percebia que eu tinha razão.
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Se não temos condições para ter animais ou não os queremos ter é melhor não os termos. Não pode ser apenas porque as crianças nos pedem porque se elas pedirem um tigre ou uma pantera não lhes vamos dar, ou porque são tão queridos e amorosos em pequeninos porque eles crescem.
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Os animais não são brinquedos que abandonamos quando estão velhos e já não queremos brincar com eles.
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Não maltrate nem abandone os seus animais de estimação se não quer ser maltratado e abandonado pelos seus filhos um dia mais tarde.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

JEDI E OBI


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Normalmente as pessoas menos informadas associam o galgo Whippet apenas às competições desportivas ou à caça. Desconhecem que esta raça é, de todas, uma das que reune as melhores condições para aquilo que normalmente se designa por "cão de companhia", perfeitamente adequada para se ter em casa. O seu porte médio, o raramente ladrar, a ausência de cheiro, que vulgarmente se designa por cheiro a cão, a fácil manutenção, a sua doçura, o ser excepcionalmente paciente com crianças e outros animais (porém, todo cuidado é pouco no que diz respeito a gatos e cães de pequeno porte, justamente por possuírem um forte instinto de perseguição) e a sua rara elegância fazem dele o companheiro ideal. E, ao contrário do que possa parecer, é de uma enorme resistência.
O que caracteriza fundamentalmente o Whippet e todos os da sua grande família, os galgos, é a forma anatómica do seu corpo, perfeitamente adequada para o desempenho de grandes velocidades e também a sua vocação para a caça à vista (sighthounds), por possuir uma acuidade visual impressionante. São frequentemente comparados com a chita pelo poder de arranque e pelo facto de atingirem altas velocidades em muito pouco tempo. O Whippet necessita de correr. O que é necessário é proporcionar-lhe diariamente um espaço amplo onde possa correr à vontade. Ele fá-lo-á por sua livre iniciativa. O ideal é ter mais do que um exemplar, pois assim instintivamente ficam mais estimulados para entrar em competições livres, alegres e saudáveis. Após estas sessões frenéticas e extrovertidas, chegados a casa mostram uma outra personalidade. Recolhem-se no seu cantinho e não se dá por eles horas a fio. Aparecem para receber um mimo ou... à hora da comida. A sua beleza é muito subtil. Não deriva apenas do facto de ser esguio e magro. Tem a ver fundamentalmente com a sua postura elegante, que nem sempre se detecta ao primeiro contacto. Seja sentado, recostado, de pé ou a andar, o seu porte é de uma delicadeza perfeitamente invulgar.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

"RITMOS" FESTIVAL DE DANÇAS DO MUNDO


A Câmara Municipal de Loulé organiza pela primeira vez um festival inteiramente dedicado às Danças. Entre 14 e 16 de Agosto, o "RITMOS - Festival Internacional de Danças do Mundo" vai ter como palco a renovada aldeia de Querença, no barrocal do Concelho de Loulé, em pleno coração do Algarve. O festival decorre ao ar livre, no centro da aldeia, em diferentes espaços.


Divulgar as danças do mundo enquanto expressão cultural dos povos e, ao mesmo tempo, dar a conhecer uma das mais belas e típicas localidades do interior algarvio constituem os principais objectivos deste evento pioneiro na região.


Assim, ao longo dos três dias, partir das 18h00, os visitantes serão recebidos com a alegria dos animadores de rua. Ainda antes dos espectáculos, haverá espaços de gastronomia, com a presença de conceituados chefes de cozinha, e um mercado de artesanato.


Os workshops são outra das vertentes deste evento.
São ateliers dedicados sobretudo à dança, destinados a miúdos e graúdos. Das danças do mundo, ao Tai Chi, passando pelas danças irlandesas e danças criativas para crianças, são vários os workshops que decorrem neste festival.


Já a partir das 21h00, têm lugar os espectáculos de música/baile, que serão de certo os momentos altos do festival sobretudo porque está prevista uma interacção permanente com o público. A par da actuação de grupos como os franceses Dites 34 ou os portugueses Cobblestones, Monte Lunai, Atma ou Fanfarra Kaustica, haverá ainda a actuação de DJ's.

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É claro que nós não podíamos deixar de ir...

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A aldeia é amorosa construída em vários planos num monte, situando-se bem lá no alto a pequena e bonita Igreja. As casas descem pela encosta em todas as direcções. O festival foi ao ar livre em diversos espaços, o que fazia com que as pessoas se fossem deslocando, mas sempre tendo como cenário a magnífica natureza. Os animadores de rua , as barraquinhas de artesanato, as oficinas de pinturas faciais e as muitas pessoas que para lá se deslocaram contribuíram para um clima de cor, de alegria, de festa.
Por volta da meia-noite começou o espectáculo dos Monte Lunai e com eles entrámos numa alucinante viagem pelo tempo e pelo espaço, recuando a tempos idos, a locais longínquos para onde, como por magia, fomos transportados, através da música e da dança.




A TRADIÇÃO AINDA É O QUE ERA




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O Grupo...
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O grupo Monte Lunai reúne cinco músicos que se dedicam à redescoberta da dança e do baile tradicional, no contexto da música tradicional europeia.
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A Origem...
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Monte Lunai junta dois termos de origens e de épocas diferentes: o primeiro é actual e de significado imediato; o segundo poderá remeter para um imaginário antigo, de sabor vagamente medieval. É precisamente nesta associação do antigo e do actual que surge a música dos Monte Lunai.
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A Dança...
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O grupo poderá fazer-se acompanhar por uma professora de danças tradicionais europeias que promove a ligação entre o público e o grupo animando e exemplificando as respectivas danças. Todos podem dançar!
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Os Espectáculos...
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Os Monte Lunai vivem para o palco e para o baile, tendo já actuado por todo o país e para os mais variados públicos. De particular relevância foram os bailes na Quinta da Regaleira em Sintra, no Castelo de São Jorge, no Centro Cultural de Belém em Lisboa e também no mítico Andanças em S. Pedro do Sul.
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O Som...
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A sonoridade é ímpar combinando o violino, contrabaixo, e guitarra com percussões várias e curiosos instrumentos de sopro como o rausschpheif, clarinete popular, gaita de foles e didgeridoo. São novos sons e arranjos inspirados em melodias tradicionais de outros tempos.
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As Músicas...
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São músicas da Europa. Os Monte Lunai tocam temas de baile de hoje e de outros tempos, a muiñeira da Galiza, o hanter’dro da Bretanha, a contradança, a valsa, a mazurca. São as danças da Grécia, da Ucrânia, de Itália e Portugal, numa roda viva de culturas e musicalidades.
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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

ENTRE UM MERGULHO E OUTRO


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Finalmente tempo para ler...
...entre um mergulho e outro.
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ALGARVE

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O meu Algarve de agora é um oásis, longe do calor excessivo, das filas, dos montes de pessoas, do barulho, da confusão que caracteriza o Algarve para a maior parte das pessoas nas férias. É uma casa linda, com um alpendre onde tomamos o pequeno almoço, almoçamos e jantamos sempre que nos apetece, com um jardim lindo, cheio relva e flores, muito bem cuidado e uma família linda, a minha mana, o meu cunhado, os meus sobrinhos e dois galgos ingleses, que nos recebem com muita alegria sempre que vimos. É um bairro encantador onde reina a paz, onde se ouvem os pássaros e pouco mais. Tudo isto a cinco minutos da praia onde vamos todas as tardes quando a maioria das pessoas está de regresso a casa.

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A mamã e o Pêpê no seu primeiro verão no Algarve.
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O Pêpê e o Kiko...
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...com a mamã!
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Claro que quando eles eram pequenos acordavam de manhã cedo e íamos para a praia, vínhamos almoçar a casa e íamos ao parque e novamente à praia até o sol se pôr ou termos vontade de voltar para casa. Depois do jantar voltávamos a sair e íamos um bocadinho para a confusão que, de vez em quando, também sabe bem, como a Albufeira ou à marina em Vila Moura. Até crescerem e serem mais autónomos e independentes, os dias eram organizados em função deles, do que gostavam de fazer, de onde gostavam de ir e de tudo o que lhes podiamos proporcionar.
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Agora as férias no Algarve para mim são:
Dormir toda a manhã
Acordar e ouvir os pássaros
Abrir os olhos e ver as copas das árvores no céu azul claro
Respirar ar puro
Ler
Escrever
Ir à praia ao fim da tarde
Ouvir excelente música ao vivo o dia todo
Conversar e rir com os meus filhos e sobrinhos
Deitar-me de madrugada
Adormecer a olhar para as estrelas que brilham no escuro da noite

ALBUFEIRA ANOS 60 E 70

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Quando eu era pequena passávamos o verão inteiro na praia. Os meus pais alugavam sempre uma moradia à época, ou seja durante os meses de verão, Julho, Agosto e Setembro, na Costa da Caparica, para onde nos mudávamos literalmente e o meu pai, enquanto não tinha férias, ia para Lisboa todas as manhãs e regressava para o jantar e para os passeios pela noite quente, colorida e movimentada, com paragem nas esplanadas onde os meus pais se encontravam com os amigos e nós comíamos mais um gelado. Durante as férias do meu pai interrompíamos sempre as férias na Costa da Caparica e íamos uma quinzena de Agosto para o Algarve, para Albufeira. Tenho as melhores recordações destes tempos. Todos os anos encontrávamos os nossos amigos das férias no Algarve, que eram de vários pontos do país, desde Lisboa ao Alentejo e à Beira. E passávamos esses quinze dias todos juntos. Só nos separávamos para dormir, em quartos com varandas sobre a praia. De manhã encontravamo-nos ao pequeno almoço e, já na praia, as famílias espalhavam-se ao longo da areia doirada, em lugares fixos marcados pelas barracas de pano às riscas e era uma alegria total entre castelos de areia e banhos no mar calmo, de um azul turquesa tranparente. Saíamos da praia para almoçar e passávamos as tardes nas esplanadas sobre a praia onde os nossos pais se entretiam a conversar e a jogar à canasta, enquanto nós brincávamos a tudo e mais alguma coisa entre jogos, correrias e outras brincadeiras como com as nossas "Cindys" e "Pattys" (as antepassadas das Barbies), que nos acompanhavam sempre para Albufeira, todos os anos, com malas cheias de roupinhas e todos os adereços possíveis e imaginários. A meio da tarde voltávamos a descer meia dúzia de degraus que davam acesso à praia debaixo dos olhares atentos dos nossos pais. Jantávamos e tínhamos o serão novamente nas esplanadas enquanto os nossos irmãos mais velhos já iam dar uma volta até à Vila. Era muito engraçado porque os pais faziam um grupo que se mantinha ano após ano e os filhos tinham os mesmos grupos de acordo com as idades. Os mais crescidos, os médios e os pequenos. Eram famílias amigas, com muitos filhos que formavam uma grande família.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

SONHOS


Sonhos que se desfazem em espuma

do mar, salgado, como as lágrimas

que guardo dentro de mim...

Para os meus filhos Pedro e Frederico

Verão de 2009

domingo, 9 de agosto de 2009



Gostava tanto…

Gostava tanto que o tempo voltasse atrás e vocês fossem pequeninos de novo…

Gostava tanto que o tempo voltasse atrás e vocês fossem médios de novo…

Gostava tanto que o tempo voltasse atrás e vocês fossem grandes de novo…

Gostava tanto que o tempo voltasse atrás e estivéssemos novamente juntos…

Não…não iria suportar a mesma dor…
...que, no entanto, permanece em mim.

Para os Meus Filhos Pedro e Frederico 2009

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

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Os dois manos mais novos...
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...fazíamos parte das ilustrações dos livros da Anita!

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Para o meu mano Pedro.
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Esta princesinha sou eu!
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Os seis manos mais velhos...
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....e aqui com a mamã e eu também, "escondidinha"...
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...ainda não tinha nascido!


domingo, 2 de agosto de 2009

PASSOS PERDIDOS PASSOS ENCONTRADOS







Fui almoçar com o Frederico e a minha mana Teresa ao restaurante da Assembleia da Republica, que dá para o jardim lateral, um espaço digno do Palácio de S.Bento, com porcelanas e talheres com o AR (Assembleia da Republica) em letras desenhadas gravadas, e onde só podem entrar convidados. Depois de um maravilhoso almoço, acedemos ao palácio pelo interior e percorremos corredores, escadarias, salas, salões, claustros, jardins e as memórias vieram até mim através de cada passo que dava, de cada cheiro que sentia, de cada recanto que via. Desde que me lembro de existir que o meu pai, o melhor Pai do Mundo e das melhores pessoas que já existiram (não sou eu que digo...toda a gente sabe), fazia parte daquelas pedras, daquelas estátuas, daquelas pinturas, daqueles livros...o meu pai partilhava a sua vida entre a família, a minha mãe, seu amor, nós os oito filhos e a nossa casa no Restelo e o Palácio de S.Bento. Quando eu era mais pequena pensava que o meu pai era um rei e quando fui crescendo percebi que ele era realmente um rei. O meu pai era admiravel, inteligente, sensivel, sonhador, com uma enorme visão de futuro, visivelmente descendente dos bravos descobridores e navegadores portugueses e foi por isso que sempre esteve à frente da Assembleia da Republica, independentemente do regime politico e do governo. A hora habitual de chegada a casa era sempre depois das 21h (21h 21h30), hora a que jantavamos e ainda tinha tempo e disposição para nós todos. Nunca se deitava antes da 1h ou 2h da manhã ou mais tarde e, depois do serão em família, depois de nos deitarmos, ainda ficava no escritório onde dava uma leitura pelos jornais diários e concluia trabalho que trazia com ele todos os dias apesar dos "protestos" justificados da minha mãe.

Estivemos no Plenário e estive no lugar do meu pai, o lugar que foi do meu pai dia após dia, durante anos e anos e anos. Passei a mão ao de leve na madeira da mesa numa caricia para ele.
Quantas vezes eu percorri aqueles corredores imensos para ir ter com o meu pai, com 13, 14, 15 anos, depois das aulas no Instituto Britânico, à espera de uma "boleia" para casa...quantas vezes fiquei horas à espera enfiada num sofá no seu gabinete, enquanto docemente me dizia...
"Só mais um bocadinho..."
Olhei para o fundo do corredor, olhei para as mesas à porta dos gabinetes com os respectivos funcionários fardados e acreditei que se entrasse no imenso gabinete do meu pai o iria encontrar sentado à secretária e que me iria receber com aquele seu sorriso...
...por momentos acreditei.